Atualização alerta 01/2024 - Dengue na cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde (19-06-2024)

Atualização alerta 01/2024 - Dengue na cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde (19-06-2024)

Causas

Agente
Dengue
Período
03 Jan 2024
a
decorrer
Região:
Cabo Verde
Local:
Ilha de Santiago
Áreas de Interesse
Sangue
Atualizações

Na RONDA 01/2024, alertou-se para a ocorrência de um surto de dengue na cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde, desde novembro de 2023. Recentemente, a WHO Africa atualizou a informação epidemiológica, indicando que, em 2024, até 14 de abril (ISO 15), foram notificados 1.127 casos, sendo 394 confirmados (sem registo de óbitos), apresentando tendência decrescente desde a semana 03/2024, com ligeiras oscilações. Este relatório refere co-circulação dos serotipos DENV-1 e DENV-3: o serotipo 3 foi o mais prevalente e o serotipo 1 estava confinado ao concelho da Praia. Esta tendência decrescente poderá vir a alterar-se, no contexto da época das chuvas que, geralmente, se intensifica a partir de agosto. A situação verificada em Cabo Verde enquadra-se no perfil da região africana, onde foi identificada a circulação de três serotipos da dengue (DENV1, DENV-2, DENV-3). No continente africano continuam a ser reportados casos de Dengue, com transmissão ativa e circulação dos 3 serotipos, em 12 outros países, para além de Cabo Verde: Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Etiópia, Quénia, Mali, Mauritânia, Maurícias, Níger, São Tomé e Príncipe, Senegal e Seicheles.

Apesar da atual tendência decrescente do surto em Cabo Verde, importa ter em conta a ocorrência de vários surtos a nível mundial, particularmente na Região Africana e das Américas, onde o número de casos de dengue reportados durante o primeiro semestre de 2024 excedeu o número máximo de casos historicamente notificados num ano, em comparação com todos os anos registados anteriormente.

Perante a possibilidade de ocorrência de casos importados de áreas endémicas, incluindo Cabo Verde, salienta-se a importância das recomendações gerais para viajantes, no contexto de Consulta do Viajante, e da adoção de medidas de proteção individual contra a picada de mosquitos.

Reforça-se a importância de se promover o atempado diagnóstico clínico e laboratorial, identificação dos sinais de alerta, em especial nas áreas de Portugal em que já foram identificadas armadilhas positivas para mosquito Aedes spp., desde janeiro de 2024, com deteção de formas imaturas ou mosquitos adultos na Madeira (08/01), Algarve (16/04), LVT (23/04), Alentejo (02/05) e norte (08/05). Recorda-se a deteção do vetor, em anos anteriores, na Ilha da Madeira, Porto Santo, Penafiel, Loulé, Faro, Tavira, Olhão, São Brás de Alportel, Albufeira, Mértola, Serpa e Lisboa (REVIVE). Destaca-se, ainda, a importância de atividades de redução de criadouros, nestas áreas.

De acordo com a Orientação 014/2012, da DGS, ainda em vigor, perante a suspeita de casos, em Portugal, deverá proceder-se à notificação de caso suspeito no SINAVE med e ao envio de amostras para o INSA/CEVDI (Dr.ª Maria João Alves; m.joao.alves@insa.min-saude.pt; 265938290). Para qualquer dúvida sobre a notificação de casos suspeitos pode contactar a DGS via sinave@dgs.min-saude.pt e/ou cesp@dgs.min-saude.pt (912152008).

Conforme referido na RONDA 30/2022, em abril de 2022, foi identificado um surto de dengue em São Tomé e Príncipe. Segundo informação da WHO, desde a identificação do primeiro caso de Dengue, em 12 de abril de 2022, até 22 de abril de 2024, foram reportados 181917 casos suspeitos, incluindo 1249 casos confirmados, em todos os distritos de saúde, sendo o distrito de Água Grande o mais afetado (68,2%). Dos 1 249 casos confirmados, 148 (11,8%) foram hospitalizados, dos quais 39 (26,4%) apresentavam sinais hemorrágicos. Foram registados 11 óbitos até à data.

De acordo com a avaliação da WHO, as condições climatéricas, com o aumento e intensidade das chuvas, potenciou as condições para a proliferação de mosquitos e vetores de doenças como a dengue. Têm sido implementadas várias ações no país, tais como: atividades de vigilância, incluindo a investigação e investigação e a procura ativa de casos a nível comunitário, e a comunicação de risco e de envolvimento da comunidade na prevenção e controlo da Dengue.

São Tomé e Príncipe é um dos 15 países da Região Africana da WHO (Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Guiné, Mali, Maurícia, Níger, Nigéria, São Tomé e Príncipe, Senegal e Togo) com casos reportados, até 14 de janeiro de 2024, sendo o terceiro país com mais casos de dengue.

Entre 12 de abril de 2022 e 22 de abril de 2024 foram reportados 18.917 casos suspeitos dos quais 1.249 casos confirmados, em São Tomé e Príncipe. O distrito de saúde de Água Grande continua a ser o mais afetado. A DGS recomenda o reforço das medidas de proteção da picada de insetos aos viajantes que se desloquem a São Tomé e Príncipe e salienta a necessidade de deteção precoce de casos importados.

Perante a possibilidade de ocorrência de casos importados, reforça-se a importância de se promover o atempado diagnóstico clínico e laboratorial e a identificação precoce dos sinais de alerta, em especial nas áreas de Portugal em que foi detetada a presença de vetor competente. De acordo com a Orientação 014/2012, ainda em vigor, perante a suspeita de casos, em Portugal, deverá proceder-se à notificação de caso suspeito no SINAVE med e ao envio de amostras para o INSA/CEVDI (Dr.ª Maria João Alves; m.joao.alves@insa.min-saude.pt; 265938290). Para qualquer dúvida sobre a notificação de casos suspeitos pode contactar a DGS via sinave@dgs.min-saude.pte/ou cesp@dgs.min-saude.pt.

De acordo com outras situações semelhantes de atividade epidémica em países endémicos para dengue, a DGS reforça as recomendações gerais para viajantes, nomeadamente a marcação de Consulta do Viajante ou com o Médico Assistente e a adoção de medidas de proteção individual contra a picada de mosquitos.

Mais informação em :

AFRO.Dengue.Sitrep002-20240114.pdf (who.int)

OEW16-1521042024.pdf (who.int)

A 3 de janeiro de 2024, a WHO Africa publicou informação acerca da identificação de 2 casos confirmados de dengue na cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde, a 06/11/2023. Até 03/12/2023, foram notificados 222 casos suspeitos, incluindo 59 casos confirmados e nenhuma morte. De acordo com informação da Agência LUSA , que citava autoridades de saúde do país, a 27/12/2023, o número de casos de dengue em Cabo Verde subiu para 232 casos confirmados, havendo 485 casos suspeitos.

Os casos estão mais concentrados na Ilha do Fogo, com um total de 169 casos positivos, e na Ilha de Santiago, sobretudo na cidade da Praia, que conta com 51 casos.

Foram implementadas campanhas de informação e limpeza, entre outras medidas. Historicamente, o surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21 000 casos e 6 óbitos, todos na ilha de Santiago.

Em termos de avaliação de risco, é importante referir que, na Ilha do Fogo, a principalmente afetada pelo presente surto, não há aeroporto internacional, tendo ligação aérea e marítima regular, algumas vezes por semana, com a ilha de Santiago.

Apesar de, recentemente, em Portugal, não terem sido notificados casos autóctones de dengue, face à situação epidemiológica em Cabo Verde e à situação entomológica, em Portugal, salienta-se a importância de se promover o atempado diagnóstico clínico e laboratorial e da identificação precoce dos sinais de alerta, em especial nas área de Portugal em que foi identificado a presença de vetor competente.

De acordo com a  Orientação 014/7017 atualmente em vigor, perante a suspeita de casos em Portugal, deverá proceder-se à notificação de caso suspeito no SINAVE med e ao envio de amostras para o INSA/CEVDI (Drª Maria João Alves. m.joao.alves@insa.min-saurle.pt: 265938310).

A DGS vai continuar a acompanhar a evolução da situação epidemiológica e entomológica a nível nacional e internacional.

 

Dengue
Ações a tomar

Face a esta situação pensamos adequado para a prevenção do risco de transmissão de Dengue através da transfusão: 

  • Suspensão temporária por um prazo de 28 dias, das pessoas candidatas à dádiva que tenham permanecido pelo menos uma noite nas regiões / países afetados (quando não existir referência a regiões);
  • Suspensão temporária por um prazo de 120 dias, das pessoas candidatas à dádiva após a resolução da infeção.