Atualização de Alerta 4 /2024 - Dengue Autóctone em França continental (21/08/2024)
Causas
Dengue
- Células
- Tecidos
- Órgãos
Resumo
Em 4 de julho de 2024, o laboratório nacional Francês de referência para os arbovírus confirmou um caso de Dengue num doente sem antecedentes de viagem. Os sintomas (febre, mialgia, artralgia) começaram a 17 de junho. Estão a ser investigados dois possíveis locais de infeção. Ambos se situam no departamento de Hérault, na região da Occitânia: Montpellier e Pérols. As investigações estão em curso e foram tomadas medidas de controlo dos vectores. Foram adoptadas medidas relevantes para evitar a transmissão através de substâncias de origem humana.
O serótipo é atualmente desconhecido.
Descrição
Em 8 de julho, a França notificou um caso autóctone de dengue ao ECDC e ao público. O caso teve início dos sintomas em 17 de junho, sem antecedentes de viagem e o local de infeção situa-se na região da Occitânia. O caso foi confirmado e notificado pelo laboratório nacional de referência francês para os arbovírus. Estão a ser investigados dois possíveis locais de infeção na região da Occitânia.
Este é o primeiro caso de dengue autóctone notificado na Europa em 2024. Este caso ocorre no início da época, mas não é invulgar (em 2022, foi notificado um caso com a data mais antiga de início dos sintomas em 12 de junho).
Em 2023, a França notificou nove surtos envolvendo um total de 45 casos de infeções autóctones pelo vírus da dengue humana. Em 2022, a França também notificou nove surtos com um total de 65 casos de dengue adquiridos localmente, o que constituiu o número mais elevado de casos e surtos autóctones na UE/EEE neste século até à data.
Na Europa, o vírus da dengue é transmitido pelo mosquito vetor Aedes albopictus, que se encontra estabelecido em grande parte da Europa.
No passado, foram registados surtos locais de dengue em França, Itália, Espanha e Croácia. Estão disponíveis mais informações na página Web do ECDC dedicada à transmissão autóctone do vírus da dengue na UE/EEE e na ficha informativa do ECDC sobre a dengue
No passado, foram registados surtos locais de dengue em França, Itália, Espanha e Croácia. Estão disponíveis mais informações na página Web do ECDC dedicada à transmissão autóctone do vírus da dengue na UE/EEE e na ficha informativa do ECDC sobre a dengue.
As investigações estão em curso e foram tomadas medidas de controlo dos vectores. As autoridades de saúde pública francesas tomaram medidas relevantes para impedir a transmissão através de substâncias de origem humana.
A 8 de julho de 2024, França informou sobre a identificação de 1 caso autóctone de dengue em Montpellier-Pérols.
A 08 de Agosto de 2024 França reportou 3 casos autóctones adicionais de dengue nos departamentos de Pyrénées Orientales, Lozère e Gard. A 02/08, tinha reportado 1 outro caso autóctone num residente em La Colle-sur-Loup, departamento de Alpes-Maritimes, região de Provence-Alpes-Côte d'Azur, tendo reportado, recentemente, um outro caso, na mesma região. Até ao momento, foram reportados 6 casos de dengue autóctones, em França, em 2024.
Segundo o ECDC, estes são os primeiros casos autóctones de dengue reportados na Europa, em 2024. O primeiro caso teve início de sintomas em junho, no início da época, mas tal não é incomum (em 2022, foi reportado 1 caso com início de sintomas a 12/06). Em 2023, França notificou 9 surtos com 45 casos autóctones e, em 2022, 9 surtos com 65 casos autóctones, que foi o maior número de casos autóctones e surtos na UE/EEE, até à data.
Recorda-se que, a 11/06/2024, o ECDC já tinha alertado para o agravamento da propagação de surtos de doenças transmitidas por mosquitos na UE/EEE, referindo que os dados mais recentes da UE/EEE mostram uma tendência crescente do número de casos de dengue importados de regiões endémicas de dengue. Em 2023, foram reportados 130 casos autóctones de dengue na UE/EEE e 71 em 2022. Este é um aumento significativo em comparação com o período de dez anos 2010-2021, com 73 casos reportados em todo o período. Os casos importados também estão a aumentar, com 1 572 casos notificados em 2022 e mais de 4 900 casos em 2023. Este é o maior número de casos de dengue importados notificados desde o início da vigilância a nível da UE, em 2008. Nos primeiros meses de 2024, vários países reportaram aumentos substanciais no número de casos de dengue importados, o que sugeria que os números em 2024 poderiam tornar-se ainda mais elevados.
A Equipa de Gestão e Resposta à deteção de mosquitos do género Aedes spp., em Portugal, coordenada pela DGS e com parceiros da Rede de Saúde Pública, REVIVE/INSA e IPST, continua a reunir com regularidade, para acompanhar e avaliar a pertinência destes alertas, no contexto nacional.
Face a esta situação, reforça-se a importância de se promover o atempado diagnóstico clínico e laboratorial, identificação dos sinais de alerta e atividades de redução de criadouros, em especial nas áreas de Portugal onde, desde janeiro de 2024, foram identificadas armadilhas positivas para mosquito Aedes spp. (formas imaturas ou mosquitos adultos): Ilha da Madeira, Algarve, Lisboa, Alentejo, Centro e Norte – áreas em que, em anos anteriores, foi detetado o vetor (REVIVE).
De acordo com a Orientação 014/2012, da DGS, ainda em vigor, perante a suspeita de casos, em Portugal, deverá proceder-se à notificação de caso suspeito no SINAVE med e ao envio de amostras para o INSA/CEVDI (Dr.ª Maria João Alves; m.joao.alves@insa.min-saude.pt; 265938290). Para qualquer dúvida sobre a notificação de casos suspeitos pode contactar a DGS via sinave@dgs.min-saude.pt e/ou cesp@dgs.min-saude.pt (912152008). Recorda-se, ainda, a pertinência da Orientação 003/2024, de 31/07/2024, relativa à Intervenção intersectorial para a prevenção e controlo de mosquitos invasores do género Aedes.
No dia 4 de julho de 2024, foi confirmado um caso autóctone de dengue no departamento de Hérault (34), região da Occitânia. O início dos sintomas foi a 17 de junho de 2024. Dois possíveis locais de infeção estão a ser investigados (cidades de Montpellier e Pérols).
Atualização de 6 de agosto de 2024: não foi detetado mais nenhum caso no departamento de Hérault, o evento está agora encerrado.
Além disso, foi detetado um caso autóctone de dengue na cidade de La Colle-sur-Loup, no departamento dos Alpes Marítimos (06), região Provence-Alpes-Côte d'Azur. O início dos sintomas foi a 27 de julho.
Atualização de 12 de agosto de 2024: Um segundo caso autóctone de dengue foi detetado na cidade de La Colle-sur-Loup, no departamento de Alpes Marítimos (06), região Provence-Alpes-Côte d'Azur. O início dos sintomas foi a 26 de julho. Foram detectados 3 casos autóctones de dengue na região da Occitânia. Os 2 locais possíveis de infeção para 2 casos são a cidade de Baho, departamento de Pyrénées-Orientales (66) e a cidade de Florac, departamento de Lozère (48). O início dos sintomas foi a 16 e 19 de julho. O terceiro caso de dengue autóctone foi detectado na cidade de Aimargues, departamento de Gard (30). O início dos sintomas ocorreu a 28 de julho.
Em face desta situação a Agência Nacional para a Segurança dos Medicamentos de França definiu que:
- As zonas de risco são as cidades de La Colle-sur-Loup, Baho, Fleurac e Aimargues.
- As Colheitas nas zonas de risco são canceladas por um período de 45 dias após o aparecimento dos sintomas clínicos do último caso de dengue notificado. (A data de encerramento é adiada em conformidade se, entretanto, ocorrerem novos casos). O período de risco começa dois dias antes da data de início dos sintomas clínicos do primeiro caso de dengue humano detectado.
- Os dadores que vivam ou tenham viajado/permanecido nas zonas de risco (pelo menos uma noite) 28 dias antes das suas dádivas são testados por Dengue/Chikungunya ID NAT ou adiados por 28 dias
- Quarentena de componentes sanguíneos sem problemas de redução de agentes patogénicos provenientes de dádivas de dadores de sangue que tenham permanecido nas zonas de risco, exceto se o teste NAT for negativo para a dengue
Dengue
Face a esta situação pensamos adequado para a prevenção do risco de transmissão de Dengue através da transfusão:
- Suspensão temporária por um prazo de 28 dias, das pessoas candidatas à dádiva que tenham permanecido pelo menos uma noite nas regiões / países afetados (quando não existir referência a regiões);
- Suspensão temporária por um prazo de 120 dias, das pessoas candidatas à dádiva após a resolução da infeção.